Quem pensa que o Carnaval mais longo do mundo acontece em território baiano precisa conhecer a festa de Nova Orleans. Embora o Mardi Gras (ao pé da letra, Terça-feira Gorda) aconteça oficialmente apenas nos quatro dias que antecedem a Quarta-Feira de Cinzas, a festividade se estica por todo o ano na cidade norte-americana. De segunda a segunda, o French Quarter, o Quarteirão Francês de Nova Orleans, está sempre em festa, ao som do dixieland e de outras vertentes dançantes do jazz, nascido [ali]. Em 2009, será celebrado o maior Mardi Gras desde a tragédia do Katrina, furacão que há três anos e meio devastou áreas inteiras da cidade, embora tenha preservado o centro do agito.
A festa não foi interrompida, mas somente agora as cicatrizes parecem ter se fechado [e as consciências amortecidas] para uma celebração plena. O Mardi Gras começa em janeiro, mas pega fogo para valer nos quatro dias que antecedem a terça de Carnaval.
Em 2009, o Rei de Baco (o equivalente ao Rei Momo) será o ator Val Kilmer [é bom lembrar que Baco era o deus do vinho e da folia, na mitologia grega]. Ele fará parte de uma ou mais das quase 30 paradas que circulam pelo centro histórico, com alegorias gigantes e gente fantasiada, dançando sem parar. Além do ator de The Doors, outros famosos costumam ir à festa, disfarçados sob máscaras.
Os bares - sobretudo na Bourbon Street e na Royal Street - recebem bandas de jazz, blues e rock em qualquer dia da semana. Detalhe: esse é um dos únicos, se não o único, pedaço dos Estados Unidos onde é permitido andar na rua portando bebida alcoólica livremente. Daí o constante vaivém de pessoas pelos bares e casas noturnas. Os músicos também improvisam nas calçadas, mantendo o clima de Mardi Gras o ano todo. (...)
(Terra)
Nota: Está chegando a época mais devassa do ano, o Carnaval. E o Brasil é um dos campeões em irreverência e baixaria. Exemplo disso foi a "marchinha" vencedora no programa Fantástico de domingo passado, “Bendita baderna”, de Edu Krieger: “Um dia Deus estava entediado / Sentado no seu trono de cristal / Olhando a imensidão / Naquela solidão. Cansou da santa paz celestial. / E num momento de rara inspiração. Criou planetas, cometas e animais / Pra finalizar a criação. Fez o ser humano e nunca mais dormiu em paz. / Agora já era. O juízo final. Bendita baderna. Livrai-nos do mal / Relaxa, Pai nosso. Libera geral. Sem culpa ou remorso. Hoje é carnaval.”
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